segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mais uma carta de um profeta ferido

De todos estes porquês latejantes e incessantes que me fuzilam nos últimos dias, o que mais queima é a ânsia de querer entender porque as mãos que eu tanto precisava pra me levantar só estão me jogando pedras mais doloridas do que o tombo que eu levei.

A mesma mão que eu só queria que me desse um impulso para que eu ficasse de pé, deu um tapinha nas minhas costas e então escutei friamente: "não se aproxime de mim, não posso me assentar na mesa dos escarnecedores".
Me lembrei então, que quando eu me encaixava aos padrões bem formatados da instituíção "igreja", eu havia socorrido aquela mão que me deu aquele tapinha nas costas e que doeu mais do que um soco.

Tudo que eu que eu queria era que dentro do corpo que deveria ter o nome de igreja, receber os abraços que tenho recebido nas ruas. Eu queria encontrar ali mais alegria do que em garrafas.
Não quero mais escutar estes julgamentos cegos e surdos, não quero mais meus próprios erros (nos quais estou cansada de saber quais são) jogados na minha cara com aquela desculpa batida de que "eu tenho que encarar a verdade", se esqueceram que é a décima vez que vocês repetem a mesma coisa? Não quero escutar mais coisas que eu nem se quer fiz, suposições tão injustas baseada em imagens semelhantes ás travas dos olhos de quem me condena. Eu só queria amigos, irmãos, sustentos. Mas a mão que deveria me por de pé só me apunhala. E que gosto eu tenho de estar em meio á um tribunal tão sufocante?
É tão incrivel como supostos irmãos se tranformaram em frios juízes.

Vocês nem se quer me perguntaram antes de divulgar notícias tão decadentes de vidas que não são as suas. Vocês nem conheceram antes de traduzir o coração alheio de acordo com seus próprios achômetros falsos. Vocês colocam vendas nos meus olhos que cada vez mais me impedem de ver a Deus.
Vocês me sufocam num dicreto golpe farisáico.

Me sinto imóvel sem saber o que fazer com que essas línguas me afastem ainda mais de onde eu deveria estar.
Me sinto sendo expurgada do corpo pelo próprio corpo. Será que ninguém pensa que qualquer parte misúscula do organismo faz falta?

Sim, decadente igreja, eu só gostaria de ter irmãos, "irmão", essa palavra que vocês tanto gostam de falar sem nem saber o sentido. Eu queria que vocês fossem aqueles que eu poderia contar tudo sem ter que passar por um descrédito seguido de um descarte que me tornaria realmente inútil no lugar onde eu mais precisava agir. Eu queria que vocês fossem aqueles que sorrissem comigo.

Me fere essa falta de gosto por estar onde eu deveria, mas o que me resta?
Não quero mais passar por uma espécie de batida policial cada vez que eu chegar perto de "santos" e nem ser revistada na porta do culto. Não quero mais me lembrar daquele olhar insuportável de pastores que decidiram não ir com a minha cara, eles deveriam ser literais pastores, os que cuidam de mim, mas estão sendo lobos. Como posso confiar?

Diante de tudo isso, declaro meu estado de profeta ferido e imóvel. Sedento por ser útil, sedento por ser fixado, reparado e voltar a funcionar.
Será que ainda restam os reparadores?

ESCUTANDO:
> Entre o céu e o inferno

> Manobristas de Homens

2 comentários:

  1. Querida Amanda, isso tudo que você relata é de longe um absurdo.
    Um absurdo estas pessoas carregarem este título que deveria ser de reparadores, aconselhadores. Pessoas estas que deveria dar a vida por você..
    Mas é uma realidade tão cruel que ridiculariza a utopia do amor. Utopia? Será?

    Que bom que existem lugares como o Manifesto Missões Urbanas. Pelo pouco que eu conheço, ouço e leio, são se fazem de perfeitos, nem de santos. Diferentemente dos que dizem não andar com escarnecedores, andam com gente de má fama assim como Jesus.

    Tenho aprendido que o q Deus permite é pro nosso aprendizado e pra forjar nosso caráter e só.
    Que sejamos sempre diferente deles e que nossas atitudes sejam opostas aos tapinhas farisaicos nas costas.

    Ppecadores do caramba, cheios de falhas, erros, pecados, defeitos etc..etc..etc..etc .
    Ainda assim, livres e santificados em Cristo.

    Um beijo carinhoso e sucesso!!!!

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  2. Amanda...força! Isso irá passar! Abraços paulistas e beijos paulistanos,somos todos humanos!

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