segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lésbica por um dia


Ontem aconteceu aqui em Uberlândia a Parada LGBTT.
Já no final do evento, eu e uma amiga (bem bonita, diga-se de passagem), tivemos a idéia de sentir na pele como um casal de mulheres homossexuais são vistas e como são tratadas. Foi o que fizemos.

Andando de mãos dadas no meio das pessoas, principalmente dos heterossexuais, vimos que se tem uma coisa que é quase nula nesse tipo de situação é o respeito.
E pensei no mesmo instante: será que na cabeça da maioria dos homens, fetiche anula respeito?
Pela minha experiancia, creio que na maioria, sim.
Só pelo olhar devorador dos homens pelos quais passamos, as palavras que foram ditas seriam dispensáveis. Chega a ser impressionante que quase nenhum dos heteros nao falaram nada. Até mesmo os que estavam com namoradas ou esposas faziam seus "elogios" e gestos bastante aldaciosos. Sem pudor algum e sentindo-se em total liberdade. Ou libertinagem, eu diria.
Me irritou profundamente os que queriam "encostar" e se sentiam no direito de fazer isso. E não durou minha paciência quando um resolveu quase atacar minhas partes traseiras, desejei ter uma bomba, juro. haha

Entendi plenamente o que muitos casais de homossexuais sentem. Uma junção de machismo com falta de respeito e conceito de que se uma mulher sozinha já é objeto, duas então... nem se fala.

Foi bastante válida a experiência pra poder sentir na pele e entender melhor o que acontece por aí. Pretendo fazer isso novamente, só que em lugares que se dizem dar o amor e o respeito que no resto do mundo não se encontra: nas igrejas.

Será que vou encontrar respeito e amor de verdade ou só mais alguns olhares e gestos frenéticos?

2 comentários:

  1. Interessante.
    Quanto ao amor nas igrejas, se a atitude dos outros será a esperada ou não por você, Einstein define bem ao dizer que a teoria é assassinada mais cedo ou mais tarde pela experiencia.

    Abraço!

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  2. Nossa...Que situação constrangedora.
    Bom, sou psiquiatra, aqui em Uberlândia, e infelizmente escuto muitos desses relatos por parte de pacientes. Realmente é difícil entender um comportamento de desrespeito como este. É como no caso daquela estudante que foi humilhada por usar riouas curtas na faculdade (lembra?). Coloquei também minha indignação no meu blog. Gostei bastante do seu relato e observação.

    Abraço

    Mariza

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