terça-feira, 25 de maio de 2010

Carta ao grande amigo

Chorar por saudade de um amigo, sentir o vazio que ficou, me faz ver que no meu coração (tão cheio de marcas e por hora tão petrificado) ainda há sentimentos genuínos de amor de verdade. Nesse oco que sinto no peito vejo que ainda preciso de pessoas, abraços, conselhos, um amigo!
Eu que guardo em mim uma auto-suficiencia e uma falta de segurança em confiar, observo os tijolos da minha insegurança caindo um por um quando eu vejo que desde quando você se foi um rombo passou a existir.
Eu sempre fui tão segura comigo, tão auto-tudo, tão independente, agora vejo que preciso de alguém mesmo que seja pra dividir um bolo feito em casa, e que esse bolo pode me fazer sentir viva!
Doeu de saudade e foi estranho. Por um momento pensei que se um grande amigo estivesse ao meu lado, eu pularia obstáculos com mais suavidade e se por ventura eu viesse a cair, eu teria uma mão pra me ajudar a levatar e até mesmo tratar dos meus machucados.
E quantas feridas na alma ainda latejam por eu não encontrar quem possa passar um remédio em cada uma delas.
Já não tenho com quem comentar os versos de Vinícius ou quem me deixa livre pra dançar enlouquente e rindo, livre, sem medo de um olhar torto, mas fitada por um olhar de alegria compartilhada.
Ah, se você estivesse aqui seria tudo tão diferente. Já não sei onde está meu equilíbrio e aquela alegria limpa que você tinha o dom de disseminar eu ando procurando nas ruas sujas.
Penso que essa sua falta é simplesmenre para colocar minha independência á prova. Hoje, eu que sempre me fiz forte digo: eu preciso, eu dependo.
Volta e me ajuda a colocar minha vida no ponto de equilíbrio que eu perdi desde quando sua ausência chegou.

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