segunda-feira, 17 de maio de 2010

Entre o céu e o inferno


De mim, para Deus:

"É o lugar que achei entre o céu e o inferno,
pra quem ficou perdido entre o bem e mal, pra quem mentiu e também foi sincero, pra quem brilhou e depois morreu sem sal, pra quem brincou e também foi austero.

E eu posso inventar a missa louvar o acaso e absurdo em noites que te chamei sem ouvir respostas.
Enquanto o mundo te cobra sempre um futuro, a lama e a gloria são a mesma bosta

É pra você que eu vivo o deus do claro e o escuro,
Com coração de rua com as mãos imundas,
Mas sou Teu sem culpa...

Circulando como ácido num cano aberto e frágil das veias que te enforcam num golpe tão discreto.
É o meu glorioso grito pra encenar um plágio,
Como se eu fosse um gênio, como se isso fosse fácil.

É o lugar que achei entre o céu o inferno,
Pra quem chorou caído e quem venceu cansado, pra quem pariu um filho ou quem se fez sozinho, pra quem pensou no outro e quem roubou o estado, pra quem bateu na cara e depois deu carinho.

E eu posso celebrar a missa num canto sujo desse mundo em dias que Te chamei sem ouvir resposta.
Se todo mundo te cobra sempre uma postura, os homens e os deuses são a mesma aposta.

É pra você que eu vivo o deus do claro e o escuro,
Um coração de rua com as mãos imundas,
Mas sou Teu sem culpa..."

(Violins)

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