quarta-feira, 4 de novembro de 2009

(re) construir-me

Derrepente eu me deparei com tudo novo, não mais que derrepente.
Todos os meus planos já não são os mesmos, de uma hora pra outra, resolvi rasgar todos e encarar um novo que eu jamais imaginava.

Provei de uma sensação estranha que deu-se talvez pela confluência de sentimentos e sensações tão distinos, medo e coragem, inseguraça e a maior segurança da minha vida.
Não sei se medo é a palavra certa, porque tenho segurança, também não sei se posso chamar de insegurança porque tenho certezas.
E talvez o que mais assusta a ponto de eu me sentir uma criança totalmente indefesa e sem qualquer ação aparentemente segura, é o fato da mudança, uma necessidade de mudança completa que não pediu lincença, mas que recebi feliz e de braços abertos. Isso que sempre foi tão difícil pra mim, agora, não me restam escolhas.
Fico pensando que essa invasão do novo talvez tenha sido necessária, talvez a única forma.
Joguei tudo pro alto e resolvi começar do zero, e andar de mãos vazias é muito estranho.
Decidi, com uma convivção que eu nunca tive, aquilo que eu quero por toda a minha vida. Com todas as barreiras e renúncias inclusas.

Renúncias nunca são fáceis, quebrar conceitos e padrões antigos também não, ainda mais para pessoas que tem um grande orgulho e um grande ego, como eu, mas sei que vale a pena, sei do que eu quero e se tiver um preço, então que eu pague.
Nisso não há uma dor. Há esperança, certezas.

Ainda estou assustada, ainda me sinto fora de mim, imóvel, sem saber como agir e o que fazer. Uma mudança tão abrangente faz pensar, pensar muito, cada ato já não pode ser o mesmo, o que fazer então? Aprender a viver outra vez não é tão fácil, mas é esperançoso. Pelo menos pra mim, agora que tenho um foco tão certo.

Já pensei que isso tudo era fraqueza, que renunciar certas coisas era fragilidade, hoje encaro como coragem.

Estou muito grata por essa mudança ter arrombado as portas. Eu precisava, precisava tanto e ansiava tanto por isso, eu estava perdida, mas não sabia como sair do lugar.

Já peço perdão a todos que possam se estranhar comigo, pelos fatos consumados, pelas mudanças já em processo, pelas mudanças que vão acontecer, pela imobilidade que possa vir por hora, pelas minhas reações iniciais a tanta mudança na minha vida e pelo susto do novo, por mais que possa ser o mais agradável para alguns, eu resolvi optar pelo útil.

Não garanto que vou conseguir sempre, eu tenho uma essência e isso não se tira, mas vou dar o meu todo por aquilo que decidi, sem olhar pro preço. E novamente peço desculpas caso eu não consiga sempre, a essência anula garantias, mas não anula a vontade, e por consequência, não anula o aperfeiçoamento.

Talvez essa fase de aprendizado inicial não me permita ser a pessoa mais agradável do mundo, por enquanto.
Estou reconstruindo, um lugar em reforma nem sempre é o mais bonito, mas nele há esperanças e certezas que algo muito melhor está por vir assim que passar aquela fase de construção. Assim também é comigo.

Pela primeira vez estou tentando equilibrar totalmente meu lado racional e meu lado emocional. Tomara que não pese mais para nenhum dos lados.

Estou com uma felicidade assustadora (no sentido literal da palavra).
Mas eu nunca pedi nada fácil, eu nunca quis me manter no mesmo, eu sempre fui apreciadora do novo, então que assim seja.

Mais do que nunca, eu posso dizer que sei o que eu quero pro resto da minha vida e eu vou lutar por isso. Custe o que custar, sei que vale a pena.



---Escutando: In My Place - Coldplay

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