quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Amor, Orgulho vs Honra


"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?" (Fernando pessoa)

Isso é tão estúpido. Mas é verdade. E eu pergunto: por que?
Tão simples e tão ridículo e masoquista.
Eu perdi o medo de assumir condições, por qual razão eu diria algo que não fosse o que eu quero? Por qual razão eu me esconderia em uma capa quando algo queima dentro de mim?
Não vejo razões de não assumir, seja lá o que for. E que me venham todos os espantos, críticas e questionamentos alheios, eu não sou mais criança para brincar de esconder comigo mesma.
Eu cresci e abandonei o orgulho, mas não a honra. E é um desafio conciliar isso: ausência de orgulho e presença de honra. Tem gente que pensa que essas duas palavras totalmente opostas, são sinônimas.
Não vejo honra e uma pessoa orgulhosa.
Vejo honra em quem dá a cara pra bater, que se assume, que levanta com o rosto machucado e joga todo o orgulho pro alto em prol daquilo que se almeja ou sente.
Em mim, não há um motivo lógico e racional para amar em algumas situações. Na verdade, as vezes penso que não tem quase motivo nenhum. Amo pela graça. De graça.
Só não sei se é pra sempre. As vezes me canso e cada vez que me canso é um cansasso mais intenso. De cansasso em cansasso, acredito que um dia eu me canse de vez. Espero.

"Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano."
(Vinícius de Moraes)

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