segunda-feira, 14 de setembro de 2009

For my Dead Valentine


Hoje vi imagens suas em um vídeo, de quando você ainda existia, e nossa... elas doem mais do que fotos.
Desde a sua morte eu não consegui entregar meu coração pra mais ninguém, acho que você levou um pedaço dele contigo. Já fazem alguns 8 meses que você já não está mais respirando, mas demorou tanto para que eu descobrisse isso. Por que não me avisaram? Ou foi minha ficha que não caiu em meio ao luto?
Como os seus olhinhos puros e tão verdadeiros me fazem falta, só os olhinhos já eram um carinho tão forte...
Meu pequeno garotinho com o sorriso mais lindo do mundo. Como um sorriso tão lindo, tão sincero, tão encantador pode ter ido para uma sepultura assim?
Desde quando você se foi eu procurei tanto encontrar-te sem saber que já não existias mais. Procurei em todos os lugares, em olhos fundos, mas não profundos como os seus. Procurei em beijos que não eram os seus e em abraços que não se encaixavam perfeitamente ao meu, mesmo em um corpo tão parecido com o seu. Me enganei tentando encontrar-te em um corpo apenas, pois você já não estava mais ali. Procurei por você em todos os lugares, e fui onde eu jamais imaginaria ir na esperança de recuperá-lo. Gritei seu nome em cada canto, esperando que você me escutasse e viesse correndo de volta pra mim, mas meus gritos desesperados, roucos e chorosos não te alcansaram, porque você já não estava mais aqui. Não me importava que me vissem gritando, correndo, em uma busca desesperada pelo meu anjo, meu menino, meu amor, eu faria o que fosse para encontrar aqueles olhos brilhantes olhando pra mim e aquele sorriso lindo e tão puro iluminando o rosto mais doce que eu ja vi. Demorou para que eu descobrisse sobre a sua morte, e como foi doloroso. Senti como se uma faca bem grande tivesse entrando no meu peito e rasgando cada pedaço ali dentro. Cada lágrima minha que caiu sobre sua sepultura invisível carregavam as lembranças do meu único amor.
Você era tão puro, tão sensível e ao mesmo tempo tão forte. Você era diferente de todos, você não era como estes fracos espalhados por aí, você não era apenas mais um, você era especial, e era tão meu...
Ao mesmo tempo que se via um ar de criança em você, eu via uma resistência que muitos morreram sem tem metade.
Seus beijos não resumiam-se em um gesto erótico, sensual e egoísta, era algo que jamais existira igual, um carinho tão sincero que desperatava como consequência tantos desejos. E este vi que não existe mais.
Quantas coisas tão lindas, tão únicas, tão suas e tão surreais sendo consumidas dentro de um sepulcro...
Hoje já me recupero da sua perda, já consigo respirar e embora as vezes meu peito aperte com a lembrança do sorriso mais lindo do mundo e com isso alguma lágrima ou outra cai de surpresa, mas eu já posso me levantar e enxugar o rosto.
As vezes quando me vejo em tempestade, sem querer vem a vontade de correr pro seu abraço que tinha um efeito mágico, mas a mágica que habitava na sinceridade pura dos seus abraços também se foi. Como eu precisei escutar somente a sua voz em momentos que eu precisei tanto de você, mas você não estava aqui.
Quem me dera se você ainda estivesse respirando, eu te daria tudo que não pude dar, tudo que não tive tempo de dar, tudo que por erros e inseguranças, eu não pude dar-te. Eu daria tudo pra ter você vivo, de volta, daria tudo pra ser pra você tudo que um dia eu não pude, tudo para ser sua menina e me entregar na total segurança de recostar-me no seu peito.
Nenhuma noite, na melhor cama, eram como as noites nas quais eu tinha você ao meu lado como um cobertor. E como eram doces os "boa noite, meu amor", cansados, grogues, um pouco inconscientes, mas que me faziam dormir com um sorriso tão gostoso no rosto. Agora eu durmo aqui sozinha, evitando tais lembranças, e você, em um descanso eterno. Você, que era o meu descanso, agora descansa sem fim em uma sepultura fria, eu é que desejaria ser o seu descanso.
Fica a saudade, apenas. Como era doce tocar-te, não apenas sexualmente, mas era ao mesmo tempo doce. Olhar para cada detalhe do teu corpo com um olhar de amor acima de qualquer erotismo iminente. Eu queria acariciar e beijar sem parar acima de tudo toda a sua siceridade, sua verdade, seu amor, você que era tão único e tão diferente...
Eu sempre quis cuidar de você, sempre vi nestes olhinhos a necessidade de um cuidado, você precisou sempre de cuidado, e como eu queria que você estivesse aqui ainda para eu cuidar de você. Recostar-te no meu colo era cuidar de mim também.
Quanto a parte do meu coração que você levou, ainda não sei bem como fazer. Sinto apenas uma metade incompleta aqui dentro. Espero que regenere-se, ou que alguém com um coração também pela metade, junte-se a mim e forme outra vez um coração inteiro.
Tento aos poucos conformar-me com a sua ausência e entender que você não existe mais. Existem apenas as lembranças e imagens congeladas. E conformar-me também, que não existe mais possibilidades de encontrar quem já se foi. Encontro-te apenas nas saudades e em sonhos que por hora me aproximam desse meu antigo e único amor.
Talvez seja na confluência da saudade, que um dia eu te encontre de verdade.

Saudades!
004
Amor,
Amanda.

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