sexta-feira, 10 de julho de 2009

In love, we trust



Engraçado, para muitoas pessoas a palavra casamento virou um palavrão.
Assusta menos dizer que assaltou alguém do que dizer que vai se casar. Quem diz que sonha com um casamento é considerado louco, alienado, fraco, dizem que é "perder a vida".
Eu nunca acreditei que viver apenas pra mim e em funçao de mim fosse vida de verdade. Prefiro ganhar ainda mais vida vivendo algo intenso e verdadeiro.

A sociedade colocou na cabeça das pessoas que assumir compromisso e sonhar com isso é coisa para fracos. Esqueceram que covardia e fraqueza é achar que é auto-suficiente e pode-se viver sozinho.
Colocaram na cabeça das pessoas que casamento é apenas um complemento para sua realização pessoal, materializaram o amor, banalizaram o amor, esqueceram o que de fato é amor.

"E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele." (Gen 2:18)

Muitas mulheres hoje se revestem de uma casca de "forte" e dizem que não pensam em se casar, que se bastam, que história de amor é coisa de "menina boba", muitas fazem isso para parecer mais firmes, dizem que não acreditam em romantismo, que sonhar com entrar de véu e grinalda para a igreja é coisa para ultrapassadas, mas na verdade, isso só reflete uma tremenda fraqueza e fragilidade. Necessidade de auto-proteção, precisar de negar a essencia de ser mulher, negar sonhos, negar necessidade de alguém ao lado, isso só mostra na verdade alguém que precisa de uma casca forte para esconder um interior totalmente fragilizado, seja por traumas, frustrações, descrenças, medo, cultura, imaturidade, ou em muitos casos pelo simples fato de serem mal-resolvidas ou terem uma auto-estima afetada.

Isso até parece um discurso anti-feminista, mas quem disse que todo compromisso e relacionamento é baseado em influencias da sociedade? Sim, ainda existe amor de verdade.
Eu por muito tempo fui do tipo "femista", criticava todo tipo de manifestações amorosas e me contorcia ao ver cenas melosas, tinha pavor de romantismo, dizia que eu não precisava de alguém ao meu lado para ser completa. Com o passar do tempo, vi que isso não passava de auto-proteção, eu não queria me assumir, assumir o que eu queria na verdade porque eu pensava que desta forma eu me mostraria fraca, boba ou alienada. Hoje, depois de amadurecer bem, ter várias experiencias, me realizar verdadeiramente na vida em várias áreas, vi que assumir que acredita no amor, acredita em compromissos, em romances, em histórias de amor, é coisa para gente bem-resolvida! E corajosa. Gente que é segura de si, que se assume, é seguro dos seus sentimentos, seguro das suas vontades. Hoje tenho maturidade o suficiente para acreditar no amor e no compromisso não com um olhar ingênuo, não como o único caminho para a felicidade, mas como consequência de uma vida verdadeira e da crença no amor de verdade.

Descrença sim é fraqueza.
Hoje eu não preciso mais de certas cascas ou críticas para aparentar uma suposta "força" ou esconder alguma coisa. Criticar tudo que envolve romance é fácil, banal, auto-proteção. Querer viver uma história de amor e assumir um compromisso (com todas as dificuldades inclusas no pacote), dizer com todas as letras: "Eu quero me casar", é só para homens e mulheres de verdade.

"O romantismo é o elemento de fascinação e deleite que provoca um profundo desejo de desfrutar a vida com a pessoa que amamos." (Collen Townsend Evans)


Acreditar no amor não como uma instituição aplicada pela sociedade como complemento para sua realização pessoal ou como única fonte de realização (para os mais carentes), mas como algo que representa a crença em coisas sólidas e eternas, é só pra quem é muito bem-resolvido e seguro de si.

Não vejo vantagem em alguém do sexo masculino que se diz homem mas que não é homem o suficiente para assumir um compromisso. Para ter a segurança de acreditar em um amor, e não em um assessório para sua auto-realização. Adimiro homens que são seguros e não precisam de fazer pessoas de "bonecas infláveis" ou usar garotas para suprir suas carências. Adimiro os que tem a cara e a coragem de amar.

"Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem." (Tom Jobim)

Viver passando de mão em mão, de boca em boca, é fácil, é facil e prático ser descartável, é fácil fazer pessoas de descartáveis, viver para sustentar uma imagem. Díficil (e digno) é assumir um valor, é ter um valor, é se dar valor, é dar valor.

E acredite, eu não sou a última romântica!


*Escrito após ler o livro de Cantares (ou Cânticos dependendo da tradução) na bíblia. É uma história de amor (um tanto quanto erótica, acredite) contida na bíblia que os travestidos de anti-romanticos, talvez digam ser patética. Vale a pena ler, pensar, e repensar!

Um trecho de uma pequena loucora de amor narrada... sim, na bíblia!

"Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.
Já despi a minha roupa; como as tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar?
O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.
Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.
Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado tinha se retirado, e tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou; busquei-o e não o achei, chamei-o e não me respondeu.
Acharam-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me, feriram-me, tiraram-me o manto os guardas dos muros.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que, se achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor."
(Cantares 5:3_8)

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