quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Avalanche


Neste momento, ás 3:30 da matina, estou escrevendo da casa dos meus amigos, onde vou dormir de novo. Vê se é hora e lugar pra eu dar crise e começar a fazer devaneios sobre a vida???

Tem hora que do nada eu fico mal com algumas coisas.
Sabe, essas semanas têm sido maravilhosas, estou super feliz e aproveitando cada dia, e dentro disso tudo, decidi não pensar mais em alguns problemas e com certeza, isso têm me ajudado muito e me feito deixar pra lá muita coisa que não me faz bem. Graças a Deus tenho tido momentos ótimos constantemente e acaba não sobrando tempo pra pensar em coisa ruim. Só que tem hora que eu me deparo com algumas coisas que trazem lembranças de alguns pontos que não estão bem resolvidas na minha vida ou paro de uma hora pra outra e aquela avalanche de pensamentos que eu acumulei, cai sobre mim.

"Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar." (Carlos Drummond de Andrade)

Um tio meu que eu respeito muito (um grande -literalmente- homem de Deus) e tenho como uma referência pra mim me disse algo muito interessante nessa semana. Ele caminha e corre em um parque grande todos os dias, sugeri que ele comprasse um ipod ou um mp3 player para ele escutar músicas durante a caminhada. Ele negou a sugestão na hora e me disse que aquele momento era um dos mais preciosos que ele tinha, não pelo exercício em si, mas porque aquele é o único momento que ele tem no dia onde ele tem o tempo de organizar os pensamentos. É a única forma de se esquilibrar, botando tudo em ordem na cabeça. Também é o tempo que ele tem pra escutar no silêncio, a voz de Deus. Quando ele me contou isso, vi que não tenho tido um tempo de organizar meus pensamentos, e ás vezes, não tenho escutado á Deus no silêncio.
Talvez estocar e encobrir meus pensamentos não seja tão bom quando encara-los e organiza-los, e talvez esse seja o motivo da avalanche de pensamentos e sensações que de uma hora pra outra, cai na minha cabeça.

O mais covarde nisso, é que agora eu não estou muito afim de encarar alguns pensamentos. Estou bem e com medo de mexer no que tá quieto e aparentemente inofensivo.

Algumas palavras martelam na minha cabeça de vez em quando e esmurram quando caem em avalanche: perdão - raiva - orgulho - ego - saudade - rancor - honra - medo - amor - dúvida - ódio - desistência - dignidade
A contradição dessas palavras é o que complica. Não sei o que vira a soma de ódio + saudade por exemlplo!
Sei qual seria o meu dever como pessoa boa, cristã, madura e blá blá blá, mas dessa vez, a coisa tá estranha e de uma forma que nunca esteve. Estou optando pela minha honra (ou orgulho?). Ainda não fiz as contas das minhas probabilidades de arrependimento. Prefiro não faze-las agora. Sei que cansei de tentar o que aparentemente seria o "bom" sem ter retorno. Eu receberia de braços abertos se a solução de alguns dilemas viesse á minha porta e que eu não precise ir atrás de nada e me frustrar. Sou humana e assumo que eu até posso estar errada, mas essa é minha escolha no momento.

"Em paz eu digo que eu sou o antigo do que vai adiante,
Sem mais, eu fico onde estou,
Prefiro continuar distante..."

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