sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Soneto de Agosto
"Tu me levaste, eu fui... Na treva, ousados.
Amamos, vagamente surpreendidos pelo ardor com que estávamos unidos, nós, que andávamos sempre separados.
Espantei-me, confesso-te, dos brados com que enchi teus patéticos ouvidos e achei rude o calor dos teus gemidos. Eu que sempre os julgara desolados...
Só assim arrancara a linha inútil da tua eterna túnica inconsútil...e para a glória do teu ser mais franco.
Quisera que te vissem como eu via,
depois, à luz da lâmpada macia, o púbis negro sobre o corpo branco."
(Vinícius de Moraes)
ps: esse soneto, realmente se chama "Soneto de Agosto".
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