quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Burro de Marca


Diploma agora é que nem objeto de marca, usa-se como adereço de ego e de tapa-defeitos.
Muitas pessoas usam uma roupa da Diesel para mostrar que tem "poder", para atrair pessoas para si sem precisar de usar a personalidade e claro, também serve perfeitamente para encobrir o que há de ruim em quem o usa. Assim é o diploma para alguns. Um pedaço de papel que serve pra qualquer pessoa programada se sentir um ser superior.

Quando eu estava na escola, reparava que a maioria dos que tinham notas boas eram pessoas excluídas, que não se divertiam tanto, que não tinham criatividade alguma e sempre quando precisava de criar algo como um teatro ou uma idéia mirabolante para a feira da cultura, quem criava eram os do "fundão" e muitas vezes os "CDFs" ficavam maravilhados e encantados com as brilhantes criações dos portadores de notas vermelhas. Recentemente, vi uma pesquisa que mostra que os "do fundão" têm mais chances de serem líderes bem sucedidos do que os CDFs, e que é bem provável que no futuro, um portador de notas azuis vai trabalhar para um portador de notas vermelhas. Pode soar irônico, mas é muito simples de compreender.

Muitas das consideradas "melhores escolas" fazem uma lavagem cerebral nos alunos e os condicionam a pensar que só serão bem sucedidos se tirarem notas excelentes, entrem em uma faculdade renomada ou faça um curso tradicional como medicina, direito ou psicologia. Caso não consiga, é um perdedor. Cria-se então, um terrorismo.
Quem disse que um curso tradicional ou um diploma da USP aumenta cérebro? Isso sim é um raciocínio burro.

Thomas Edison era um aluno encapetado que custava aprender as coisas, seus professores diziam que ele era tão estúpido que não aprenderia nada, não fazia lição de casa e acabou largando a escola. Por fim, resolveu colocar todo o seu foco naquilo que ele realmente gostava. Edison foi uma pessoa que criava com seu próprio cérebro, e dessa criatividade própria, surgiram proezas como a lâmpada.
Isaac Newton não foi um bom aluno e ainda era um aluno encrenqueiro.
Abraham Lincoln, filho de iletrados, tinha uma má frequência na escola e sua vida escolar foi longe de ser das melhores.
Alexander Graham Bell, inventor do telefone, frequentou por poucos anos escolas formais e assistiu a apenas algumas aulas na universidade.
Salvador Dalí nunca foi um bom aluno na escola, mas sua genialidade criativa impressionava, o que ele não fazia de grandioso nas provas escolares, fazia nas telas.
Leon Tolstói, grande escritor e pensador, além de mal aluno era o que mais fazia farra, tanto na escola quanto na faculdade. Era desiludido com a escola e não era satisfeito com as imposições de que deveria ser um militar ou diplomata. Ele tentou fazer direito, mas mas foi reprovado logo nos primeiros exames e enquanto universitário, era reconhecido pelo péssimo comportamento. Na fase adulta, chegou a criar uma escola alternativa onde os alunos ficavam livres, sem regras excessivas e sem punições, indo contra vários princípios da pedagogia na época.
Steven Spielberg nunca foi um aluno aplicado, não conseguiu nem entrar na faculdade e teve que procurar outro curso em uma outra instituição.
Estes e mais vários outros não foram pessoas dentro dos modelos que as "grandes escolas" impõem e não estavam dentro do conceito de "inteligência" que alguns acreditam. Estes provam que notas boas não é sinônimo de inteligência. Se formos analisar estes casos, vemos que são pessoas que não foram programadas, não eram apenas robôs de armazenar informações e repeti-las, mas foram de fato pensantes e criadores.

O que alguns consideram inteligência está baseado em um conceito totalmente ignorante de armazenamento de informações. Uma pessoa decora falas e conceitos de grandes escritores e as repete. Não há raciocínio e nem conceitos próprios, não há uma identidade, não há cerebro funcionando de fato, a pessoa cumpre o mesmo papel que um gravador eletrônico faz, e o gravador ainda sai em vantagem pela sua agilidade. A pessoa é programada como um objeto irracional.
Para alguns, se alguém escreve um texto ou diz algo citando um conceito ou dizendo apenas o nome de um grande pensador, ou se diz uma referência em cima de uma idéia com "ismo" no final (ex: "como diz no romantismo... bla bla bla..."), é considerada inteligente, quando na verdade, só está repetindo informações e não raciocinando de verdade. Um papagaio.
Uma pessoa passa numa faculdade renomada colocando em uma prova toda a sua falta de raciocínio prgramada. Suge daí, os burros diplomatas.

A inteligência está naqueles que criam, que masturbam o intelecto, e não que ejaculam com as genitárias alheias.

Na internet, percebe-se que os blogs considerados mais inteligentes e mais influentes não são de estudantes de medicina ou direito, mas de publicitários, designers, ou até mesmo de pensadores á toas.
Vira e mexe dá pra encontrar por aí alguns blogs chatos e bobos de pessoas que estão em um curso tradicional e/ou numa "faculdade de marca", mas que não têm nem um terço de conteúdo que blogs de pessoas que cursam cursos considerados "alternativos" têm.
Esses dias acessei um blog de uma pessoa dentro dos padrões de CDF tradicional, comportado e exemplar, e fiquei chocada com tamanha burrice travestida em notas boas. Frases burras tentando ter nexo e aparentar espertas com conceitos com "ismo" no final. Parecia algo feito por uma pessoa na adolescência querendo mostrar que aprende tudo direitinho no colégio. Em cada construção de frase fica clara a falta de capacidade de raciocínio criativo. Quanto vazio!

Eu já escutei afrontas á minha pessoa devido á não ter optado por um curso tradicional ou por ter trancado a faculdade em um período devido á alguns problemas. Já escutei gente dizendo que eu não poderia falar de honra ou credibilidade pois não estava cursando um curso tradicional ou fazendo faculdade. Comentários assim realmente são deploráveis, mostram como o conceito de honra na cabeça de alguns é fútil e deturpado e como ainda não sabem o significado de dignidade.

Hoje vê-se muitos garotos entre 17 e 22 anos se gabando de suas faculdades importantes e de seus cursos tradicionais, jurando que um diploma os fará homens de verdade. É comum ver por aí jovens nessa faixa etária fazendo todos os tipos de burradas e ignorâncias, seja em festas ou nas ruas e achando que um pedaço de papel vai encobrir tudo isso. É triste ver que alguns pais preferem para seus filhos um companheiro com menos caráter e uma faculdade tradicional do que uma pessoa de muito caráter que faz artes plásticas. É deprimente ouvir um pai dizendo: "meu filho ficou bebâdo e bateu em um cara na balada, mas ele faz medicina, ele é um bom garoto". "Sei que minha filha usa drogas de vez em quando, mas prefiro omitir isso. Ela faz direito na universidade federal, vou deixar que isso sobressaia". O status justifica a burrice? Agora diploma virou band-aid de ignorância.

Será mesmo que um pedaço de papel vai dar dignidade e credibilidade á alguém?
Não é a toa que vemos por aí vários doutores sendo criticados ás escondidas e que possuem um respeito de faixada. Um belo diploma não é o que constrói um grande homem ou mulher.

Nossa sociedade está criando burros marcados com assinaturas de grandes instituições.



ps: Nada é generalizado, (obviamente) não são todas as pessoas com notas boas que não pensa de verdade, muitas conseguem ter a capacidade de pensar com o próprio cérebro.

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