sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Soneto da Devoção


"Essa mulher que se arremessa, fria e lúbrica aos meus braços,
e nos seios me arrebata e me beija e balbucia versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia,
que se ri dos meus pálidos receios.
A única entre todas a quem dei os carinhos que nunca á outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama,
A miséria e a grandeza de quem ama.
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! uma cadela talvez...
mas na moldura de uma cama,
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!"

(Vinícius de Moraes)

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